Vida
Dá-me sempre, ó vida
esse coração alvorescente
alento de flor
gestando a semente,
olhos em epifania
na alma todos os dias...
Caminho de peregrino
que faz das estrelas o seu destino
e que transpõe, com seu cajado,
as sombras da dor.
Dá-me sempre, ó vida
teu rocio ao amanhecer,
em pétalas de claridade
a ungir de amor e poesia
as mãos.
A melodia interior dos ocasos
como pássaros nas ramagens
adormecendo
no colo dos ventos
entre a luz e a canção
da divina paisagem...
E nas noites, estrelas vivas
luzes na imensidão
que aos céus ascendem
do próprio coração.
(Direitos autorais reservados – Lei 9.610 de 19.02.98)