Armagedon

E agora...

quando se proclama

a vitória da iniquidade,

quando em altos brados alardeiam

que tudo está dominado,

pelo terror e pela hipocrisia,

agora que a humanidade estertora

em sua prolongada agonia

e as ilusões começam a ruir,

ao fragor da tempestade...

quando os rios caudalosos da realidade

carreiam as construções efêmeras,

improvisadas sobre o extenso areal

da altiva estultice...

agora declamaremos o poema da esperança,

afirmando que o sonho não acabou

e o mundo florido

que o Poeta idealizou

está às portas!!!

É que as baionetas

não perfuram a alma

e as fogueiras

não extinguem o ideal,

os ditadores são crianças

e não existe vitória do mal!

Renascem os arautos da paz,

retornam os poetas, os profetas e os sonhadores!

Os mártires, filósofos e reformadores

descem em caravanas redentoras

ao século da renovação,

proclamando a perenidade da vida,

a força irresistível do Amor!

Descem ao comando de Alvinitente Cavaleiro...

que saiu vitorioso e para vencer,

conduzindo destemido

o imponente Corcel da Paz...

E estarão reunidos finalmente,

para a grande batalha

no lugar que em hebraico

se chama Armagedon!!!