SOUL NEGRA BATIDA AO POR DO SOL (pra falar de Amor)

Por do sol, breve mensagem

o dia morre lentamente

com tudo se recolhe.

Procuro abrigo, penso seguir os pombos...

O bando sobrevoa as árvores, eu vou

vou vou... eu voo

vou, esvai

eu vai.

Voo com as garças sobre o rio,

as aves sabem não ter lugar.

(do indizível recolho asas,

olhos, tenaz nos lábios

de Isaías)

Mas tua voz me alcança na gravidade do fim,

recobro no teu beijo fazer algum sentido aqui

na praça, sobre as ruas, voo de andorinhas e

cheiro doce do jasmim branco nos canteiros.

Tens no regresso, alma dilatadíssima,

aspecto de caleidoscópio quebrado

‘ela retorno, eu volta’ pra rua no secreto

de entre vagabundos estranha veste fria.

Soul negra batida ao por do sol,

mínimo voo extraviado no exílio.

Asilo de inevitáveis lembranças

de’star ainda na mira do sol vivo.

Antônio B.

Baltazar Gonçalves
Enviado por Baltazar Gonçalves em 07/06/2016
Reeditado em 07/06/2016
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