O que vem de mim.

Não vem de mim a mordaça que afasta,

Que impede a fala, que cala no noturno.

Não vem de mim o martírio do corpo, o escopo.

Mas o nexo infante, inebriado atlante.

Não vem de mim a infinda tristeza das ruas,

Que subtrai, comprime e agoniza nas tulhas.

Não vem de mim o parir da noite escura.

Mas a bruma que irrompe a visão diurna.

Não vem de mim os ressequidos campos ensolarados,

Nem o granizo que escorre em cascata pelos vales.

Não vem de mim o terror do dilúvio separando corpos

Mas o amor infinito, berços abençoados.

Não vem de mim o ato espúrio, inconfesso.

Não vem de mim a surdes dos professos.

Não vem de mim a cegueira dos possessos .

Mas a lucidez alforriada pelos fatos incontestos.

Não vem de mim o medo da morte,

Que por sorte, não existe! sei que partirei.

Não vem de mim a mascara prateada, crispada.

Mas a macio aço da adaga, no Cosmo forjada.

Vem de mim, o que comporta minha alma,

Esta chama que inflama não reclama e acalma.

Vem de mim, o caminhar em passos lentos.

Vive em mim um olhar Cósmico atento.

Vem de mim, a esperança dos vales floridos,

O cetim do orvalho nas plantas, a espuma dos mares.

O sibilar do vento nas matas, o som das cascatas.

A magia da vida infinita, renovada e revigorada.

Sei, muitas vezes na Lux partirei,

E em Pax retornarei!

Sei, muitas vezes em Pax partirei,

E na Lux permanecerei!

(Uma reflexão apenas. )

Buscadora
Enviado por Buscadora em 15/07/2007
Código do texto: T565992