O Deserto e o Oásis

o que escrevo quando toma-me

inteira, o vácuo da esterilidade?

quando preciso da água

e pelas areias desérticas

arrasto-me?

a água que me faz

quer refletir a face do oásis!

um oásis a esconder-se

detrás da esperança das miragens...

a areia fervente me move

ao verde toque deste horizonte

ouço a particularidade dos grãos,

guardiões de memórias milenares

estes corpos dolentes à própria sorte

entregam-me, de bom grado, a poesia

criada e nascida no sigilo de sua morte

um enigma que vem e vai

une, destrói, cicla e se refaz

incorporo a magia

desta pura arte alquímica

torno-me areia

e logo após, oásis

camaleando-me à vida

Jady Tariane
Enviado por Jady Tariane em 30/05/2016
Reeditado em 24/03/2020
Código do texto: T5651781
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