O Mundo e EU
Do outro lado do abismo me vejo a sorrir.
Já não posso voltar.
Fico na alegria da solidão que não me traz medo.
Estou entre livros e segredos,
não estou só.
Há um mundo, eu sei,
distante de todos os meus porquês,
como se saber de mim fosse outro desafio.
Peço teus olhos por favor impagável.
Desejo olhar-me na relva que me faz a distância,
deixar de ser esse tolo adulto em vã desesperança,
voltar a ser aquela linda criança
que teceu a inocência como principal passada.
Se o mundo me quiser, tem de ser desse jeito:
cheio de amor no peito e tolerância na alma.
Aos diferentes de mim, cumprimentarei de longe,
sob qualquer sombra que jamais me alcance,
e assim vivam dois em mim...
enfeitiçados, inusitados, decentes e tolerantes.