Todas valsas que já dancei

Cada coisa que amei foi um adeus

Despedidas de quem sou para quem fui

Todo sentimento é um devir

um vir-a-ser de sentir

Tudo que sonho é um presságio

Das coisas ilegíveis para a razão, um naufrágio

Tempestades que engolem embarcações em grandes atos lúdicos

Valsas desesperadas de alguém confuso

Toda lágrima derrubada é uma transpiração, um exaurimento

Como quem ama e consome até a ultima gota de um veneno

Não nada mundano ou vulgar que explique o ato profano de amar

Não há métrica, cosseno, ou fórmula que seja

que me satisfaça na busca por ser, meu vazio é incansável

nem há moral que impeça de querer tudo que possa me destruir

em estar com tudo que me corrói, ser tragado por toda força natural que me atraí

E depois sentir novamente toda a ressaca de ser ressentido com o que me destrói.

Deadeye Poem
Enviado por Deadeye Poem em 15/05/2016
Reeditado em 11/08/2016
Código do texto: T5636504
Classificação de conteúdo: seguro