MIGRANTE AMOR...

O inefável sentimento de estar feliz,

incita de forma única, minha iluminação

faz-me penejar como um poeta aprendiz,

na sapiência tenaz e erudita de um ancião...

Rabisco, sim, pois a melancolia se ausenta,

e nos cotidianos luzidios, como o cosmo azul,

o afeto impoluto e genuíno se apresenta,

vivenciando-me tudo aquilo que seja incomum...

Os versos emergem da minha alma,

na taciturnidade, vezes sem nexo

projeto-me a frente de toda essência calma,

enxergo no mar toda razão, meu reflexo...

Copiosos fatos explicam minha felicidade.

meu ser solfeja a toada vinda do amor,

desígnio singular que sublima minha capacidade

de notar areal olência e cor, de uma flor...

A "serenidade transforma todo ambiente,

que penetra irrevogável em meu peito,

mesmo nas adversidades se faz atraente,

sua presença consolá-me, regando meu leito...

Inelutável, receio o abandono que segue ao meu lado,

ainda que nossos lábios não tenham se beijado

ainda que nossas cútis não tenham se eriçado

ainda que nossos corpos nunca tenham se tocado...

É saudade que carrego, pois invento tua presença

é transcendência que brota, todo teu portento

ligação da essência magnânima que se apresenta,

que dissolve todo inverso do meu pranto...

Entendo agora esse desejo abrasador

assimilando a lâmpada que cintila do meu ser.

pois se o acaso me apresente o mesmo amor,

em outros tempos vividos, fui capaz de transcender...