Omnem crede diem tibi diluxisse supremum

(Acredite que cada dia nascido é seu último)

A máquina do desiderato não cala

Ela não avisa apenas, dá vida a fala

Esta que possui a complexa métrica

Também aquela que de tão tétrica

Se esvai simplesmente do nada.

O sono dos justos é visto desperdício

Posto que a vida é um precipício

Qual você é solto de uma ponta escrita

Como um meteoro, a queda é infinita

E se desfaz antes do derradeiro ofício.

A mitologia, sábia, avisa: não tantalizarás

A morte, sabia, contrapõe: não simpatizarás

A morte, imposto cobrado desde o início

Cura a vida de seu ato imortal fictício.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 03/04/2016
Código do texto: T5593573
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