Omnem crede diem tibi diluxisse supremum
(Acredite que cada dia nascido é seu último)
A máquina do desiderato não cala
Ela não avisa apenas, dá vida a fala
Esta que possui a complexa métrica
Também aquela que de tão tétrica
Se esvai simplesmente do nada.
O sono dos justos é visto desperdício
Posto que a vida é um precipício
Qual você é solto de uma ponta escrita
Como um meteoro, a queda é infinita
E se desfaz antes do derradeiro ofício.
A mitologia, sábia, avisa: não tantalizarás
A morte, sabia, contrapõe: não simpatizarás
A morte, imposto cobrado desde o início
Cura a vida de seu ato imortal fictício.