As coisas que sou

Sou feito de tantas coisas que nem sei quem sou.

Coisas que o vento traz, coisas de mim,

coisas diferentes de tudo o que sei e encontrei

na vida.

Sou feito, incompreensivelmente, de coisas ocultas

que qualquer pessoa enxerga quando me quer bem.

Nem sei se sou de mim ou de ninguém,

mas sei que sou alguma coisa nascida viva.

Pouso no racional e no místico,

passeio além do infinito, procurando coisas novas que me somem,

mais do que simples palavras ou tolos discursos.

Sou ávido ser, por coisas incomuns, feito por mais erros que acertos,

sacada brilhante do que entendo ser a minha alma.

Feno gostoso o cavalo come. Ainda não aprendi ruminar.

Me torno gente, relinchando, a olhar estrelas

cheias das coisas do céu e da vida.

Sou como as andorinhas, rápidas flores, que aprenderam voar

e que cantam para meu encanto na noites de verão.

Sou, enfim, as coisas das coisas mais puras,

as que vivem de aventuras e de amor,

sou quem sou, um verbo com força,

doido para ser outra coisa ainda maior do que a coisa que sou!