Quando o Sol passa pelo Zênite@.zen
 
Cante-me algo
sobre mofo das musas abandonadas em puteiros,
 dos guerreiros vencidos pela decrepitude,
dos pássaros rastejantes em busca de abismos,
mas me poupe do decorrer de tudo isso.
 
Conte-me, cante-me, invente
uma realidade fisgada com olhos tropicais ao meio-dia,
quando o sol encontra-se a pino,
e a estaca está paralela aos raios,
e as sombras inexistem.
 
Não me fale mais nada.
 
Desinvente tudo o que possa ter havido,
( os fatos são sempre rasos e o fundo, absurdo)
dê-me um canto livre,
uma toada, uma fábula, uma realidade instantânea,
que me permita dormir com as minhas desinquietações
estacionadas na superfície do sol.
Ana Liss
Enviado por Ana Liss em 21/03/2016
Reeditado em 21/03/2016
Código do texto: T5580813
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