A Marca da Honra

Não há dor que dure

O que o tempo não cure

É a transitoriedade da desgraça.

Nunca vi alma quebrada

Contudo aquela que brada

Acaba por encontrar a graça.

Cada momento que aflige

Um movimento se exige

Pois o tempo não tem parada.

Cada sentimento concorda

Que o sofrimento acorda

Evitando a sordidez descarada.

Mas é sempre a mesma praga

A dor que queima se propaga

Tornando-me pai daquela chaga

Que outrora era sinal de vergonha

Agora é honra diante dos imortais

Se torna a herança mais medonha

Reveladora e cega até nos rituais

Sendo causador de medo em rivais

Seja na arena ou no púlpito dos tribunais.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 16/03/2016
Código do texto: T5575982
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