INFINITO ENTRE MEUS OLHOS

Apague decrescente!

Bela e nova lua,

Que vai cheia

No poente!

Assim posso,

Finalmente,

Deitar meu tronco

E dormir,

E voltar a sonhar...

Nadar, correr, voar...

Por entre estrelas,

Sê do céu ou do mar.

Imóveis e serenas,

Em plena cadência,

Na colcha negra,

De um intenso e escuro breu!

Na manta extensa,

Ao mar azul de iemanjá...

Poder abrir-se ao mundo!

De mergulhar profundo,

Descortinando a imensidão!

Céu e mar equidistantes,

Imensos no infinito

Que nasce entre meus olhos!

Cerrados, me elevam,

Ao versar da existência,

Em recônditos da alma,

Como em densa mata escura!

Absorto às aventuras,

Nas asas de um vaga-lume

Revoam meus pensamentos

Entre brumas a piscar.

Entoando sons profusos,

Canoros e sonoros,

Vou difuso pelo ar!

Então, revolta-se a corrente,

Por cardumes que dispersam

Minhas ideias pelo mar!

E ao descerrar os olhos

Retornam as desventuras

Que restaram ao meu ser...

Decadência das estrelas,

Triste já minguante lua,

Que padecem ao novo sol

Em crescente acender!

Danilo Rodrigues de Castro
Enviado por Danilo Rodrigues de Castro em 14/03/2016
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