INFINITO ENTRE MEUS OLHOS
Apague decrescente!
Bela e nova lua,
Que vai cheia
No poente!
Assim posso,
Finalmente,
Deitar meu tronco
E dormir,
E voltar a sonhar...
Nadar, correr, voar...
Por entre estrelas,
Sê do céu ou do mar.
Imóveis e serenas,
Em plena cadência,
Na colcha negra,
De um intenso e escuro breu!
Na manta extensa,
Ao mar azul de iemanjá...
Poder abrir-se ao mundo!
De mergulhar profundo,
Descortinando a imensidão!
Céu e mar equidistantes,
Imensos no infinito
Que nasce entre meus olhos!
Cerrados, me elevam,
Ao versar da existência,
Em recônditos da alma,
Como em densa mata escura!
Absorto às aventuras,
Nas asas de um vaga-lume
Revoam meus pensamentos
Entre brumas a piscar.
Entoando sons profusos,
Canoros e sonoros,
Vou difuso pelo ar!
Então, revolta-se a corrente,
Por cardumes que dispersam
Minhas ideias pelo mar!
E ao descerrar os olhos
Retornam as desventuras
Que restaram ao meu ser...
Decadência das estrelas,
Triste já minguante lua,
Que padecem ao novo sol
Em crescente acender!