Definição de um Minuto ou (Dogma do Pericárdio)

Queria descobrir como são seus mundos

Não consigo conspirar durante os segundos

É a mentira travestida de alguma verdade

Uns chamam de loucura, mas é a realidade

Insanidade quando você tenta se inspirar

Mas a inspiração te reduz a ponto de pirar.

Você sente a noradrenalina latejar em sina

Ensina como faz a forma próxima da divina

Não haverá desculpa por mentira e loucura

A vítima sofre da lâmina que assim perfura

Ninguém sente senão aquele que se feriu

Todos somem daquilo que nunca se pediu.

E você pensa que tudo na vida é uma droga

Quando o que se queria é ser parte de écloga

Numa vibração tão distante da que se viveu

Agora se renasce do tudo que já se morreu

No intervalo de uma respiração tão taciturna

Que metade de um minuto faz visão noturna.

A conversa sobre o perdimento é interessante

Um pacto diante da chuva e o medo adiante

Destrói todo o edifício criado por sentimento

É um criado-mudo calado por todo momento

Uma testemunha de tudo de ruim que ocorre

Salva teu silêncio, engole o mal que percorre.

Vive-se uma realidade subserviente para mim

Diante do próximo silêncio que será um fim

Podendo durar um minuto, segundo, um ano

O para sempre para mim é extensão do dano

São as asas que eu perco para voar para perto

Nas miragens que eu caio para tornar incerto.

As melodias se perdem e se agradam na mente

Elas se aceitam não se rejeitam e a aura sente

Se perdem na distância orbital dos horizontes

E se dissolvem quando discordam das fontes

São infernos e paraísos cobertos de miasmas

Divagando devagar a procissão dos fantasmas.

Quando as coisas se confundem entre o céu

Onde você não sabe se é metafórico ou se léu

A perdição que se deságua no elo da garganta

É a boca que esbraveja a alma que te adianta

A incerteza que um vulcão encontra a existência

Desafiando os sonhos e sua própria consciência.

Nessas horas o certo se torna o errado e o nada

Não vivo à toa do lado duma garrafa repousada

Esperando que o silêncio não dissolva a escuridão

Ou que me devolva a ignorância e a escravidão

Tal certeza me comove, me destrona e destrói

Nada nesta alma funciona. Ela não se reconstrói.

E analisando o mundo sobre a ótica de um verme

Destruo as roupas, a carne até a própria epiderme

Vive-se um destino e um desatino até a retratação

É um caminho vizinho a solidão e da sua retração

Até compreender que acabaram todos os segundos

E destruímos todos aqueles descobertos mundos.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 12/03/2016
Código do texto: T5571076
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.