Canto encanto
A tarde dorme lentamente.
Ouço o vento nas encostas.
Um som de flauta nas montanhas,
perpassa-me uma força estranha.
E já sou um pastor sem medo de ir,
e sem medo da volta.
E esse canto
atravessa a palavra e a carne,
e torna-se visível
como a primeira estrela
que nasce
no adormecer da tarde.
E é como o som do regato
por onde a pequena folha vai.
Na alquimia do inverno
à luz do que é Eterno
todo canto leva à chegada,
e todo encanto, à paz.
(Direitos autorais reservados – Lei 9.610 de 19.02.98)