Ameno

O dia morre, a noite vai nascendo

Faz frio, em meu peito apenas o vazio

Aconchego-me melhor no meu manto

Sinto em meu rosto escorrer o pranto

Todos se dispersaram, a vida segue

Fiquei só com meus pensamentos

Vagando na imensidão de lamentos

E esperando que a ira sossegue

Olho as estrelas que surgem

Elas enchem de brilho meu coração

Sinto uma luz que ofusca minha visão

É um sinal do céu, dos tempos que urgem

A brisa é um beijo meigo em minha face

Peço ao Ser Supremo para eternizar esse momento

A vida é algo ameno, que a cada dia renasce

Consolo-me com a verdade e esqueço meu tormento

Ouço o som da relva alta com o vento a se balançar

Sei que já posso sorrir e nesse instante expirar

Afinal, a eternidade é um sopro, após a morte sofrida

E mesmo quando se morre, sopra um vento de vida...

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 08/07/2007
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