Flâmula da Paz
Se houvesse uma flâmula para defender,
Ela talvez não tivesse sugestões laterais,
No meu surrealismo, seria além do poder,
Banalizaria o óbvio e teria próprios ideais.
Se fosse fácil, iguais realmente seriam irmãos,
Como há urgência em manter distâncias,
Sociedade e vontade comum não seriam senões,
Talvez seja loucuras de quem se diz humano.
Dê-me razão para acreditar em esperança,
Talvez eu consiga acreditar em orgulho,
E provavelmente eu ignore o amor próprio,
A defesa dum povo está além da temperança.
Dê-me mais do que fogo para ser liberto,
Estou muito além da apostasia e da catarse,
Tenho a ciência de que se devo envelhecer,
Que apenas meu corpo sinta peso do tempo.
Não haverá felicidade nem fora nem dentro,
Se em mim houver amarras e ataduras,
Pois se tiver de escolher algo para ser meu centro,
Meu chão se comoverá de infiltrações e rachaduras.
No final do dia, eu tentarei ser forte e lúcido,
Lembrando que a liberdade me levará longe,
Tentando criar definições além do humor ácido.
A celebração de paz é uma bandeira invisível,
Que não se adere ao posto de incoerência risível,
Soa utópico, mas pode ser carregada por quem quiser.