LIBERDADE - IGUALDADE - FRATERNIDADE
A liberdade azul sobrevive só na dor
Torpor que se instala e dilacera sem
Construir um novo caminho do amor
Cerrar dentes sem ajuda de ninguém
Descobrindo no amor o vil adultério
Escondido sem uma suspeita original
Ser livre a partir de um só mistério
Ganhar asas de prazer cru sem igual
A branca igualdade assim prevalece
Ao arrastar o ódio nos sentimentos
Morte prematura de um ser sofrido
Apagado pela gula fria da vingança
Morto duas vezes sem ter morrido
No único ser que lhe deu esperança
A fraternidade é um vermelho
Que divide o atropelo de alguém
A profunda solidão sem conselho
Juiz do meu chorar sem o além
Mulher fraterna ao sentir o porém
Que oferece o olhar que faz silenciar
Amando sem a carne inteira a latejar
Num doce aconchego sem um vintém
Como a onda que persiste e resiste
Ao ilusório mar fraterno que não tem