Sensorial!
Poesia...
A palavra saboreada a sós...
A sensualidade da alma... A falta de grilhões acalma
E a beleza em mim habita em forma da palavra escrita
Mas nem sempre dita...
Ao mastigar no secreto de minha boca
A palavra prazer
Quisera me chamar assim... Prazer!
E sentir a fluidez da minha identidade
Em bocas tantas...
Essência de algo coletivo e tão individualizado
Mesmo quando repartido num momento de espaço- tempo
Refletindo a Felicidade nos olhos!
Impossível de dividir...
Mas só cresce assim, dividido.
Paradoxal o prazer, assim quero ser!
Poesia é vida em mim
No limiar em que dois mais dois pode ser
Quatro e meio... Porque não?
Se na relação, não poucas vezes
Um ama mais que outro...
E continuam dois!
Poesia tem sentindo no observar
As nervuras das asas da abelha
Que podem produzir o doce
Mas ferroam veneno...
Como exemplo de dualidade dos sentimentos.
Poesia faço...
Quando contorno meu corpo com as mãos
Minhas ou não
E desperto a febre e o desejo
E dou-me ao prazer...
E o me-seu faço sentir... Num único e individual louco querer...
Que volta pra mim em ondas pelo teu-meu corpo ao assistir
O teu desfalecer dentro de mim... O meu a receber-te.
A soma de nossa paixão, tesão... não existe subtração
Prazer nunca se dividi...
Ele por si só se multiplica!
Poesia, prazer, talento do ser!
Poesia flui do meu ventre
Escorrendo como lava morna
Que nasce da ebulição do meu desejo por ti...
E se a beleza é o reflexo do verdadeiro
Minha verdade é amar, escrever e sonha!