Aragem
Deixe que se montem!
Os olhos, as mãos, as pálpebras, a boca, enfim,
deixem-los que se desmontem:
os queixumes, os azedumes
e aquelas folhas mortas pelo jardim.
Deixe que sobrevoe e sobreviva
por entre as asas das liras
refletidas sob o sol da meia-noite.
Que, por hoje, é só um lapso
deste intelecto inaudível e arquitetado
no pulso que ainda grita
pela alegria de viver.
Niniz Voaglin