Teogonia
Não haviam trevas. Haviam deuses.
Na construção alegórica da realidade.
Nem sempre bendita ou maldita,
Um arbusto também vê a insanidade
Na celeridade da raça humana que grita
E faz a verdade ser primogênita
Tal como a genética da estupidez
Ela bebe as cardinais compreensões
Que de passado melancólico ronda
No ruborizar da análoga sonda
Lançada para a eternidade.
Ninguém vê que a fé não é vaidade
É uma força mortífera contra a sinceridade
Da percepção que somos bestas rancorosas
Necessitando sim de um norte supremo
Qual como o futuro nos é tão distante
Ainda que por instantes
Futuro nos forjamos por almas que imploram
Neste quorum que na loucura se escoram
A universalidade se integra ao medo
Este que é tão necessário para acreditar
Que é necessário respeitar sob o medo
As imagens feitas a semelhança deles
Dos deuses que ainda existem por aí
Para evitar que todos surtem no mundo
No agora das intempéries bestificadas
Somos receptáculos de ideias estúpidas
Que não respeitamos nossos iguais
Por isso que os Deuses surgem na cidade
Para evitar a cólera e a arrogante iniquidade
E graças à Eles as constelações de humanos
Ainda não colapsaram em mundana maldade.
Ainda não.