Teogonia

Não haviam trevas. Haviam deuses.

Na construção alegórica da realidade.

Nem sempre bendita ou maldita,

Um arbusto também vê a insanidade

Na celeridade da raça humana que grita

E faz a verdade ser primogênita

Tal como a genética da estupidez

Ela bebe as cardinais compreensões

Que de passado melancólico ronda

No ruborizar da análoga sonda

Lançada para a eternidade.

Ninguém vê que a fé não é vaidade

É uma força mortífera contra a sinceridade

Da percepção que somos bestas rancorosas

Necessitando sim de um norte supremo

Qual como o futuro nos é tão distante

Ainda que por instantes

Futuro nos forjamos por almas que imploram

Neste quorum que na loucura se escoram

A universalidade se integra ao medo

Este que é tão necessário para acreditar

Que é necessário respeitar sob o medo

As imagens feitas a semelhança deles

Dos deuses que ainda existem por aí

Para evitar que todos surtem no mundo

No agora das intempéries bestificadas

Somos receptáculos de ideias estúpidas

Que não respeitamos nossos iguais

Por isso que os Deuses surgem na cidade

Para evitar a cólera e a arrogante iniquidade

E graças à Eles as constelações de humanos

Ainda não colapsaram em mundana maldade.

Ainda não.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 27/12/2015
Código do texto: T5492209
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