O DIRIGÍVEL
Tento entender o inteligível,
sair por aí pilotando
o meu imaginário
num super veloz - o dirigível.
Procuro falar do inefável,
do que vai ao céu da boca
e é insossa, pois que é potável,
apesar de pouca.
Refiro-me à água incriada,
aquela em que o espírito de Deus
pairava quando ainda não havia nada.
Tem haver com o meu corpo
feito de carne e osso;
com o que rola do meu rosto
vinda do meu próprio poço.
Feito da terra que surgiu da água
e por fim me desterra
e, então, deságua.