A Teocosmogonia do Infinito

As luzes acendem multiforme

Penso em espasmos celestes

Apensam no negro uniforme

Os inúmeros lestes e oestes.

As bestam deixar de hibernar

Cometas que dizem governar

Ignorados pelo ar da aurora

Que agora um vazio decora.

Dilemas feitos de pó cósmico

Na ânsia de conhecer o todo

Esse morfema é tão cármico...

... cansado em vigir no lodo.

Materializados somos no azar

Na soma de quases para existir

No coma das frases em insistir

No berço dum quasar, um blazar

E poder ignorar o peso do ar...

...como cansa a boa fé do acaso

A crise das coléricas emoções...

... E vive ludicamente na divisa

De acreditar no que se conhece

Desse ínfimo sinal de divisa

De como o ser vivo se entristece

Diante da tortura em que se pisa

Perante a cordura que me parece

Na estranha verdade que concisa

Já não mais me apetece...

Somos ogivas personalíssimas!

Diante do universo tangível

Do mantra dramático e incorrigível

Da incauta aura mui vilíssima

Do desconhecimento indefectível.

...onde todos somos exclamações

No imenso oceano de pontos finais

Quais torna-nos interrogações

No denso pano de pontos cardeais

Deste infinito de idealizações

No interesse de sermos reais

Somos só mórbidas aberrações

Perdidas nestes termos atemporais.

O Dissecador
Enviado por O Dissecador em 16/12/2015
Reeditado em 16/12/2015
Código do texto: T5481731
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