A Teocosmogonia do Infinito
As luzes acendem multiforme
Penso em espasmos celestes
Apensam no negro uniforme
Os inúmeros lestes e oestes.
As bestam deixar de hibernar
Cometas que dizem governar
Ignorados pelo ar da aurora
Que agora um vazio decora.
Dilemas feitos de pó cósmico
Na ânsia de conhecer o todo
Esse morfema é tão cármico...
... cansado em vigir no lodo.
Materializados somos no azar
Na soma de quases para existir
No coma das frases em insistir
No berço dum quasar, um blazar
E poder ignorar o peso do ar...
...como cansa a boa fé do acaso
A crise das coléricas emoções...
... E vive ludicamente na divisa
De acreditar no que se conhece
Desse ínfimo sinal de divisa
De como o ser vivo se entristece
Diante da tortura em que se pisa
Perante a cordura que me parece
Na estranha verdade que concisa
Já não mais me apetece...
Somos ogivas personalíssimas!
Diante do universo tangível
Do mantra dramático e incorrigível
Da incauta aura mui vilíssima
Do desconhecimento indefectível.
...onde todos somos exclamações
No imenso oceano de pontos finais
Quais torna-nos interrogações
No denso pano de pontos cardeais
Deste infinito de idealizações
No interesse de sermos reais
Somos só mórbidas aberrações
Perdidas nestes termos atemporais.