Inteiro
Pingos de chuva caem como sangue
No solo amargo do coração humano
Dor e ódio exalados no suor
Isto é o homem.
Arrastando seu manto escuro e fétido
De uma negra noite de horror
Que corpos se vendem
Que almas se perdem
E sonhos morrem
Isso é o homem.
Que não se cansa de ser o que não é
Entregando-se aos prazeres e piolhos
Que sugam sua seiva enquanto ele ri
Este é o homem.
Embriagado pelas luzes e brilhos
Do pó, da grana, do poder...
Arrisca dizer-se pleno
Infeliz, declarou sua morte em vida
Assim é o homem.
Sujeito dividido de si mesmo.
Mas outros homens...
Vão além da mediocridade
Bebem veneno em defesa de seus ideais
Fazem greve de fome pela dignidade de seu povo
Trocam riqueza e poder por sabedoria e paciência
Flagelam-se em cruzes pela liberdade dos seus.
Estes homens são os mesmos de outrora.
Roubam e ajudam.
Acusam e defendem.
Condenam e libertam.
Matam e dão a vida.
Una realidade
Tantos e tantos como do Um.