ACABAMENTOS

Hoje acabou.
Amanhã começa tudo de novo,
e a pessoa vai ser outra.

É que ando morrendo a cada instante,
e quem vos fala é o tataraneto da primeira manhã.

Vou seguindo ao encontro do meu último domingo,
que virá fatalmente como a derradeira noite da existência.

E só então permitirei a cessação do ar,
a transmutação em cinza,
e o renascer de Fênix.

Mas ainda assim, a pessoa sendo outra, quem estará lá serei eu.
Por enquanto, é mister catar o que restou.
Porque hoje, acabou.