Esperança de íngua

“Calamidade, moça,
tuas mãos enraivecidas
estão pálidas –
não sei dizer quão brancas;

Não fui tremer as trancas
nos espasmos dos jacarés
que refazem a moenda;

Carne mole, giz, estorço;
Médio fã de coxas duras -
teu destino desdém;

No ritmo não
se encara a morte:
Martelas a gôndola
na gengiva –
pois não se traz
o recuo dentário;

O sorriso já comia,
abatido por dois – ou mais;
Ou mais, do que viveste de vida!

Os homens, as mulheres e as montanhas.
A própria boca debruçada
no refresco de um ‘dormir’
desmiolado."
 
Lainni de Paula
Enviado por Lainni de Paula em 30/10/2015
Código do texto: T5431801
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