UMBILICALMENTE
Para as minhas mães
Tem sido assim nossa relação
( Serve às muitas esta poesia. )
Converto-me, cotovelos entre os joelhos,
Então me fecho, feto.
Então viajo, saio pra vida, não sem o seio.
Volto para receber calor, a seiva da placenta,
A sopa...sem largar a mala.
Parto novamente, com os olhos cheios de ônibus
Atravesso as pontes,
Únicas fronteiras por entre os montes.
Volto à noite, sempre encontrando o que preciso,
Senão na vida, na sua barriga.
Hoje entendo aquele sonho
O túnel de uma caverna:
De um lado, o lago encantado de um oceano,
D’outro suas pernas.
Nos dois mundos suas mãos.
Vai ser difícil para mim, sem antes você,
A ascese, a iridescência.