FALSAS FORTALEZAS

Todo dia se morre mais,

Sonho por sonho, a cada escolha um abandono,

Olhando pelo espelho, reflexos de caminhos ao contrário,

Pode-se interpretar: soma ou subtração,

Ruínas que erigem a reinvenção,

Monumentos que se perdem em monotonia,

Falsas fortalezas que escondem fraquezas,

De quem é a glória quando se ramificam as mentiras?

Nas diversas vezes engolido pela tormenta do conhecimento,

Protegido pelo falso escudo do poder do ouro,

Quem no extremo a excelência alcançou?

Nem o velho mundo suas pestes conteve,

Europa afundada pelo caos.

A frustração de tentar aparentar força,

E deixar escapar a luz pelo vão das grades de ferro,

Notas sangrando na canção da humanidade,

Reacionários que fundamentam como intelectuais amebas,

Transparecendo de forma nítida suas perdições,

Glória de gelo à luz do sol,

Todos estavam juntos,

Na decadência, tentando erguer mil bandeiras,

Construir barreira, se protegendo do mundo e se aprisionando em prisão.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 14/10/2015
Código do texto: T5414873
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