Traga minha alma, Dragão!
Aterrissei num mundo longínquo
sedenta de novas guloseimas
para alimentar o espírito.
Tive medo da água e seus mistérios
mas com pés firmes na terra
escalei a colina.
Foi quando Ele me viu.
A criatura draconiana alada
voou ao meu encontro
pousou em minha frente
ergueu suas asas
ameaçadoramente
como se liberasse toda a carga.
Havia certeza em sua mirada,
dois abismos verde esmeralda
fitavam-me com firmeza
e com a leveza que escorria
delineando suas escamas.
Um convite para mergulhar
nas profundezas de sua alma.
Sou desnudada, libertada, devorada
inocentemente alimentada
pela dulcíssima confiança
que perpassava
o abismo
daquele olhar.