Sol poente
Sol Poente
Horizonte se abre em faixa multicor
Espalha-se em ondas pelo azul céu
As estrelas querem agora transpor
O espaço, livrando-se do negro véu
Que escondia sua beleza e seu fulgor...
Nessa hora solene de reflexão e paz
Os Anjos entoam cantos de louvor
Ao Deus Onipotente, em prece que traz
Aos corações do homem o fervor
Da fé que nutre a alma e a satisfaz...
Sons nostálgicos que vêm de longe
Com tons plangentes em agonia
Abrem espaço num silêncio de monge
Para as estrelas saudarem com seu brilho
A hora majestosa e mística da Ave Maria...
O céu é o palco para onde os olhares se voltam
Grande praça onde habita a luz que vêm do alto
Para fazer florir em todos os seres que ali chegam
O amor ressequido; o espírito, em voz de contralto
Anuncia à humanidade que as estrelas brilham...
Nesse abóbada celeste e toda iluminada
O céu reflete na terra a luz que transforma
A lua soberana espalha no espaço luz prateada
Quando sai do seu camarim cintilante e se torna
A rainha da noite pela divindade abençoada...
Mena Azevedo