NAS ASAS DE MORPHEUS
Sonhei que te arrastava nas entranhas
Num doce e suave mergulho sem medo
Pelas águas de um oceano sem degredo
Povoado por criaturas vivas e estranhas
Descíamos felizes sós e de mãos dadas
Por nada queríamos sofrer nessa morte
Sorte preparada por um leito de fadas
Abaixo no areal das conchas sem norte
Uma fenda brilhante insegura acenava
Boca febril que me lambeu e mastigou
Língua cúmplice cega e desconcertante
Como o tempo antigo sem lembranças
Não havia mais dor tristeza e saudade
Tudo era calma vigília luz e suavidade
Permanecemos abraçados sem a terra
Corpos fundidos e achados sem guerra
Luz do Amor que nos trouxe a vontade