NUVEM

Sem nuvens... A perplexidade não teria intermediários.

Esse meio teto que desdenha a gravidade.

A parte terminal onde inicia o olhar,

move com a sobriedade dos que não sabem dançar.

Alardeia e ocupa os espaços no horizonte graduado do azul,

palácio da águia paralelo ao sul.

Na robusta ambição da inércia sem resistência:

o portal no império da ausência.

A imobilidade da luz em que não se confunde

a fusão do sacro com o temporal.

-Nuvem, o crepúsculo sem ti é lápis sem a modéstia seminal.

A criatura desprovida de Maria é peito sem cruz.

O restrito olho humano chora tua composição,

na noite tua dança tem discrição.

-Nuvem, não ligas por ser sinônimo de tristeza,

a fraqueza é repentina no coração,

ainda assim a beleza nunca desapega da ilusão.

Rafael Gustavo Vieira
Enviado por Rafael Gustavo Vieira em 20/08/2015
Reeditado em 20/08/2015
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