Poema do Adeus

Se eu morrer amanhã,

Quero deixar estas palavras aos que amo.

Não, não se trata de premonição,

Nada espero diferente do que espero todas as noites ao dormir,

Viver o próximo dia.

Mas a vida ensina e a lição não se ignora.

Que venham assim as últimas palavras

Sirvam em qualquer idade e tempo,

Como o meu Adeus,

Bem antes que o último fonema se dissolva no suspiro breve

Do coração que para

Toda vida, a minha

Termina inacabada,

Agradeço os filhos que amei,

As belezas apreciadas,

Árvores plantadas,

Choros e risos há muito esquecidos nos ciclos da vida

E os que tatuam a alma com lembranças alegres ou tristes.

Nada importa agora, tudo é vida, tudo sou eu,

Mesas postas,

Amizades compartilhadas,

Discussões desnecessárias

Oportunidades perdidas

Retalhos de uma vida imperfeita

Na sua completa existência,

No fim, às vezes mesmo bem no fim,

Quando nada mais resta,

Resta o amor perene

Herança tão sutil e verdadeira

Em forma de lágrimas.

Não posso chorar,

Chorem por mim,

De saudade,

Jamais com desespero.

Marcelo FAS
Enviado por Marcelo FAS em 11/08/2015
Reeditado em 22/12/2021
Código do texto: T5342836
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.