Sob Teu azul infinito

Tu, que vives sobre as estrelas,

e velas pela luz dos meus olhos,

não me deixes esmorecer.

A noite é imensa.

Os favos se perdem,

a febre do que está chagado delira a verdade,

tudo parece um pesadelo covarde.

Tu, que vives sobre as estrelas,

determinando as planícies e os abismos,

cuida para que eu me encante novamente

com Teu sopro divino

como se fora uma rosa,

que, despetalada, perfumasse o chão

por onde os seres passam

e esquecerão.

Tu verás com misericórdia,

tudo o que o mundo não vê.

Cuida para que eu não me afaste

das Tuas auroras,

dos hinos das águas,

dos sonhos que ainda dormem.

Sei que sou só um raio

do Teu azul infinito.

Persevero em Teu nome

porque sei que só Tu reconheces

o dobre do coração de um filho.