AR[RISCO-ME] EM RIMAS POBRES

Ar(risco-me) em letras, fonemas, sílabas,

em rimas pobres , averbação.

Ar(risco-me) em palavras e entre(linhas)

nas palmas riscadas das minhas mãos.

Arrisco-me ao caminhar sozinha,

arrisco-me ao caminhar na multidão

e em todas as linhas des(alinhadas)

nos abrigos seguros da solidão.

Ar(risco-me) ainda andorinha,

gaivota que baila sem direção

driblando ventos inseguros

cata-ventos que giram em comunhão.

Ar(risco-me) em mim todos os dias,

em minhas esquinas, eterna visão,

no lago que nado nas noites vazias,

nas límpidas manhãs de sins e de nãos.

Arrisco-me mergulhos no imo profundo,

no raso escuro da clara ilusão,

na planta dos pés que descalça caminha

e planta a sola no solo sertão.

Ar(risco-me) ainda estrela vizinha

que divisa os céus da rara paixão

e vaga no sol da meia noite

e canta serena seu canto emoção.

Arrisco-me menina que beija a lua,

arrisco-me mulher, alocução,

que fala ao mundo o nada e o tudo

e finda o discurso no curso razão.

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JP25072015

Aglaure Martins
Enviado por Aglaure Martins em 25/07/2015
Reeditado em 25/07/2015
Código do texto: T5323189
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