Poema imperfeito

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Poema imperfeito

Imprecisas palavras que não dizem nada.

Coágulos indevidos de provável incerteza.

Erros repetitivos, repetidos;

Acertos raros, imprecisos...

Diamantes, pedras toscas, ruínas.

De antes mesmo da cruz derreada.

Dizes, mas antes, mata a charada:

dez, doze (dezenas, dúzias) – doravante...

Há uma pele ornada de crinas?

Sê forte como foste muito dantes.

Ante a pane vernacular imposta,

onde há andança neurológica ineficaz,

grudei lentes tortas, amorfas demais.

Precisamente errei no compasso.

Preciso repensar o verbete e faço

reiteradas mandingas de aposta.

Dou dez, vamos para o fim do ato?

Compro (tu te vendes) e, de fato,

o tangível se reduz a poucos vinténs.

Sou eu, mas foram muitos, aqui e além.

Dez, doze – cédulas ou féculas perdidas?

Perde-se a vida e morre a dama exaurida.

Nijair Araújo Pinto

Fortaleza-CE, 2 de março de 2007.

00h23min