Ao poema post mortem
***
(...)
que necessidade se distende
e me dirige
ao engendrar as palavras
como se a morte
fosse capturá-las a contento?
então invento e sustento
antes do verbo tecer a carne
_ e que me toque o espasmo
pelos dedos que discorrem _
ao que livre e solta
faz-me a escrita:
pois algum dia eu sei que se morre
mas que fica eterna a essência.