Vento
Eu falo com o vento,
O vento não me responde.
Ele não me consegue ouvir,
E as minhas palavras
Se desvanecem
Ao som da melodia que se escuta,
“A sonata dos deprimidos
E dos que ainda não sabem
O que fazer com a vida”.
A fé dos Homens é infinita.
Mas, e se o infinito tiver fim?
O que será de nós?
E o que será daqueles que não acreditam?
Eu falo com o vento
Sobre os nossos medos,
Os meus medos.
Se o vento que sopra hoje
É o mesmo que soprou ontem,
E o mesmo que sempre soprou,
Então só ele deverá saber.
Só ele terá a resposta
Para as perguntas dos imortais.
Eu falo com o vento
E ele responde-me,
Mas eu não compreendo o que diz.
E tanto eu como o vento
Ficaremos neste impasse de comunicação
Até um de nós ceder.