ETERNOS VELEJOS

Encontra-me, ó, nau da existência!

Sopro de vida em minha alma,

Viver, mera prudência?

Morrer, vã canção que acalma?

Eternos velejos, navegar é preciso!

No mar tenebroso, de revoltas águas...

Desnudos desejos, sonhos perdidos,

Quão perigoso, transbordo de mágoas!

Navegar é preciso, viver, consequência,

Pois a nau é a vida, o mar, a história,

Amor, verdade, justiça, ciência,

Disso tudo, o que fica? Apenas memória...

Eternos velejos, eternos clamores

Eternas lembranças, sementes de dores,

Crime? Pecado? Por que condenar,

Os que deixam a terra, pra morrer no mar?

Encontra-me, ó, nau da existência!

Sopro de vida, me acalma.

Viver? Mais que prudência.

Morrer? revivência da alma.

Sabiny
Enviado por Sabiny em 15/07/2015
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