Pro amanhã

Emerge de incredulidades,

na prática duma juventude rebelde e torpe

onde paga-se com a alma,

todos os míseros centavos

de um sofrimento lasso,

de cunho existencial...

Ali, mascarado, o futuro escasso

parece-se robótico e incerto,

porém, sem que se perceba,

brota das fráguas e das dores

a fé que, aos poucos, é construída.

Na atmosfera, dos estilhaços de tempo

seduzirão às saudades

o corpo já envelhecido...

Lembranças farão morada

no espírito onde é o seu fulcro

e o simples vem e valoriza

uma vida já calejada

num agora saudoso e pulcro.