Mistério
Aquelas mãos pálidas
com aquela cor branca bronzeada
Aqueles olhos assustados
Os mesmos olhos lacrimejados
que outrora sozinhos choravam
enquanto as sombras por ali transitavam
Aquelas figuras lúdicas
passeando em meio aos árvoredos
de uma mata escura
em uma noite sem lua
Medo inexistente
Mesmo sendo a coragem ausente
Loucura
figuras lúdicas e transcendentais
Abrem-se os olhos
aquelas meigas criaturas
que riem e se aventuram
naquele lugar sem ninguém
ali conheceram a verdade
ganharam sua idade
e ali cresceu
ouçam,
são as vozes daquelas crianças
vindo daquela igreja de barro
mas lá não há ninguém
não são elas
as vozes que vagueiam no vento
é o passado na consciência
morando junto da presença
de um outro alguém
não tenha medo
apenas escute
brevemente isso irá passar
pois elas se foram com o tempo
e essas horas que marcam agora
as mesmas horas das lágrimas
e dos pedidos de misericórdia
que elas gritaram em vão
agora mãos avermelhadas
da mesma idade
andam vagueando o lugar
as mesmas brincadeiras
as mesmas besteiras
mais duas crianças
irão continuar a tradição