Mistério

Aquelas mãos pálidas

com aquela cor branca bronzeada

Aqueles olhos assustados

Os mesmos olhos lacrimejados

que outrora sozinhos choravam

enquanto as sombras por ali transitavam

Aquelas figuras lúdicas

passeando em meio aos árvoredos

de uma mata escura

em uma noite sem lua

Medo inexistente

Mesmo sendo a coragem ausente

Loucura

figuras lúdicas e transcendentais

Abrem-se os olhos

aquelas meigas criaturas

que riem e se aventuram

naquele lugar sem ninguém

ali conheceram a verdade

ganharam sua idade

e ali cresceu

ouçam,

são as vozes daquelas crianças

vindo daquela igreja de barro

mas lá não há ninguém

não são elas

as vozes que vagueiam no vento

é o passado na consciência

morando junto da presença

de um outro alguém

não tenha medo

apenas escute

brevemente isso irá passar

pois elas se foram com o tempo

e essas horas que marcam agora

as mesmas horas das lágrimas

e dos pedidos de misericórdia

que elas gritaram em vão

agora mãos avermelhadas

da mesma idade

andam vagueando o lugar

as mesmas brincadeiras

as mesmas besteiras

mais duas crianças

irão continuar a tradição

Andrea A Gonçalves
Enviado por Andrea A Gonçalves em 05/07/2015
Código do texto: T5300624
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