Paz e amor
Paz e amor
========ErdoBastos
Migrou do meu peito a paz
Com a paloma que a fugir do frio
pelo buraco que a saudade faz
apontou o norte, e partiu...
Maldita sorte esta que me coube
De ficar aqui, tão só e tão vazio
A esperar que a morte a vida me roube
Levando a chuva e deixando o estio
Negra paloma de asas ilusórias
Partiu sabendo o que nenhuma soube
Levou consigo as perdidas memórias
E se construiu castelos, que o vento não os tombe
A morte lenta o meu viver condena
Pelas migalhas de um calor passageiro
E tão logo novo inverno lhe esfrie a primeira pena
Há de apontar o sul, e de voltar ligeiro
Encontrará meu nome em uma cruz no caminho
Sob a árvore frondosa que meu corpo adubou
Comerá dela o fruto, fará nela o ninho
E outra vez abrir-se-ão flores, porque a paz voltou.
Transcende até a morte, o amor verdadeiro
Se a paz perdida de saudade o mata
Ainda assim, ele ressurge inteiro
Quando passa a saudade, a paz que volta, o resgata