Veneno em mesa posta
Passa o dia
Transpassam as horas
Me dou conta do agora
Desse agora estou tão dentro
Só o tempo passou lá fora
Sei se vivo estou?
Ou se inventei uma existência
Na abstinência transitória por falta
De um viver, não se completou?
Não passa de filosofia
De um coração descascado
A polpa dos sentimentos exposta
Tem sabor acre de um doce
Veneno em mesa posta
Durmo em meu braço alheio
Distante da insensatez
Dobro minha própria esquina
Apresso-me ao encontro
Para não ser tarde mais uma vez