Os santos que já vi
O santo..., um santo.
Um triste apego à reza, um canto, um desencanto,
canção que já não canto mais.
O primeiro milagre!
Os joelhos ressentem da judiação
e as mãos, calosas, ainda sustentam a oração
por entre as pérolas do velho terço que teço.
Rezo, rezo, rezo.
Minha fé viajou faz tempo. Foi caçar um santo mais vivo.
Em minha vida as estações se redefiniram,
continuam o sol e a poesia e a lua...
mas sou aquele homem diferente que já não pode ser igual.
Ao invés de “Amém”, “bom-dia”
o Deus que encontrei, caminha pelos meus poemas,
faz-me tolerar sem mágoas as desavenças,
vive nos rios e nas estradas,
me ensina a ser do Homem, um homem quase sem máculas:
um homem que ainda reza, mas diferente...
meu mais perfeito milagre!