O Grito
O grito e o choro pulsam na garganta;
- esfolam a traqueia que reage padecida!
O esôfago esquenta e queima por prendê-los.
Todos os prantos, escondidos ou invisíveis,
ressurgem do peito explodido e hoje inerte!
se transformam em um só aprisionado,
- e quando uma lágrima desertora irriga a face noturna,
com seu semblante de apneia enraivecida,
o soluço reprime a prisão pouca e sem estrutura,
em instantes,- o grito arromba-me a verdade!
- lambe a minha carne, bracejando-a, já insípida!
(Douglas GC) 2014