Essencial
Eu colho poesia até
Do chão, não faz mal.
Eu colho poesia roseclair,
De uma Aurora Boreal,
Colho, assim que ela me sorri,
E encubro a dor, afinal!
Eu colho poesia noite e dia
E pela manhã, não me constranjo,
É meu café matinal.
Eu colho poesia, quem diria!
Tentando fazer melodia, madrigal.
Recolho poesia de uns restos quaisquer
De um amor que julguei imortal...
Recolho e lanço a solidão
e o tédio em um vento mistral
Eu colho poesia, pois meu
Remédio são os versos
Confesso que assim
Desfaço-me do banal!
Eu colho poesia, pois lhe
Tenho um amor incondicional
Recolho sim, não me critique!
Pois somente a poesia me é essencial.
Nota: Aproveitando o clima romântico que envolve o dia de hoje, convido a quem passar por aqui para que ouça em minha página de áudios, o soneto de Florbela Espanca Os Versos que te Fiz.