Vida Multipolar
A Paz foi crucificada nos calvários de todos os messias,
A hipocrisia brilha em nossos inertes sorrisos e olhares,
As culturas foram violentadas enquanto estavam velando,
As crianças são adultos em um parque de diversão enferrujado.
Fomos vendidos a tantas dualidades antes de nossas concepções,
O sorriso das estrelas no céu só aprisiona os crédulos românticos,
A semente da vida precisa da morte para frutificar nossas almas,
Nossas falhas e virtudes são os nossos implícitos cativeiros fugazes.
O beijo suave e intenso de quem te ama é uma babilônia ecumênica,
Os corredores estão vazios, as luzes estão apagadas, fingir é vital.
O reflexo da água me olha, e sinto que a alma me odeia com civilidade:
_Estou perdido nos escombros de tantos jarros secos e vazios.
Filhos tão protegidos e distantes de si mesmos e dos pais,
Pais controladores e afogados em suas próprias razões,
A borboleta voa lentamente em cima de nossos lares enfermos,
Mas ninguém sente o arco-íris das vicissitudes nas metamorfoses.
O odor dos lírios, antes do suicídio, aspirado judaicamente por Judas,
Metrópoles cheias de diversões e discussões letradas e moribundas,
Escolas e seitas a afogar lentamente a razão bipolar de nossas casas,
Os salvadores deveriam ter morrido em seus desertos espirituais.
Acendo uma escuridão no labirinto de viver nessa jornada desconhecida:
Os jovens se decapitam pelo tédio, os adultos jazem no casulo da inveja,
O pregador das verdades evolutivas se levanta no púlpito da mentira:
_ Somos os embustes que não desejamos nos ver em nosso opaco mundo.