Pássaro solitário
Pássaro solitário voa por aí
longe do seu bando...pousa...
num alto galho seco de um jequitibá
ouve o lamento de um colibri
e o grito de uma sabiá...
pássaro sem ninho fraternal
amante de Órion e da Aurora boreal
voa em direção a nebulosa
saudoso da linda rosa...
seu voo é fúnebre
seu cortejo é pela própria carne
voa o espectro de luz apagada
levando no bico um ramo da amada
se em Órion nasce estrelas
talvez renasça aquela desalmada
é lá que ele plantará o ramo da sua luz
coitado,a esperança o seduz!
sentado na lua aguardará bebendo lágrimas
e sorrindo para Auroras coloridas na terra
enquanto no peito berra a dor contumaz
se a rosa não brotar nunca mais
já decidiu voar e morar em Antares...