***ROTA SANGRENTA***

ROTA SANGRENTA

no cimo da carne

(lancinante e putrefata)

expira a alma sem cor

(disforme e imperceptível)

agoniza o corpo sobre a lápide,

espia a dor em zombaria

(que goza de alegria)

Infando a fisionomia,

por flechas de luz

(dilacerando o coração)

trespassando-o em transe...

numa rota sangrenta

pelo pântano do âmago

aos bosques de mim!

nele há teias, há chagas,

há sombras inclementes

que afugentam a noite!

resgato os versos litúrgicos,

atrelo a poesia no cais d'alma,

compulsivamente até as entranhas!

e pelas desventuras e pelos descaminhos

sangro pelos poros até o abismo do sentir!

(By Rachel KeKa Alves)

Rachel Keka Alves
Enviado por Rachel Keka Alves em 27/05/2015
Código do texto: T5256567
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