SUBSUNÇÃO
Não és subsunção que se amolda ao concreto
Concretude de um querer tão abstrato
Não és sequer a certeza de um caminho reto
És apenas a fluidez de um sentimento inato
A saudade tão estranha e tão imersa
Não tem sequer a forma do teu rosto
E assim sem referência se dispersa
Como uma melancólica tarde de agosto
Fostes flores sazonais em meu dezembro
Primavera tão fugaz e sem devir
Talvez uma canção que sozinho relembro
Talvez na praia um delicado souvenir
Mas invade com a força das tormentas
Fica martelando sem aparente razão
Feito ponte sobre águas turbulentas
Vai aos poucos bagunçando o coração